Movimento Contra Amnésia do Céu Azul

QUEM SOMOS?

Inspirado no termo "amnésia do céu azul" (de autoria do geógrafo Marcelo Motta, da PUC RIO), o nosso Movimento surgiu para contribuir com o debate público sobre as chuvas em Petrópolis e suas consequências.

A ideia é ajudar a cidade a lidar melhor com um problema que já é secular, seja não deixando que caiam no esquecimento esses eventos que vitimam, com cruel regularidade, centenas de pessoas, seja com sugestões e ações para nosso município se preparar melhor para as próximas chuvas.

Não temos filiação ou bandeiras. O Movimento não será individualizado em momento algum, pois não há ninguém em busca de promoção pessoal. Não temos pretensão alguma que não seja a de mobilizar a sociedade, para que uma nova tragédia seja evitada ou, ao menos, minimizada.

Por fim, sonhamos que mais vozes se unam às nossas, para que possamos, todos juntos, lembrar, questionar, propor e cobrar transformações definitivas para Petrópolis

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PROPOSTAS PARA A CIDADE

A proposta do Movimento não é apenas lembrar, refletir ou cobrar ações mais contudentes por parte do poder público, o que já seria bastante importante para mudar o curso da história de Petrópolis em relação às chuvas, mas também de propor ideias factíveis, que ajudem a minimizar os impactos causados pelas recorrentes tempestades em nossa cidade.

Não somos os donos da razão: são sugestões, que podem ser aproveitadas integralmente, adaptadas ou melhoradas. Algumas ideias são simples, baratas, requerendo apenas boa vontade e organização para coloca-las em prática em curto espaço de tempo, quem sabe até mesmo antes de uma nova chuva forte.

Outras, mais complexas, vão requerer algum planejamento e mais recursos, mas nada impossível também de ser efetivado, desde que haja interesse.

Deixamos as questões mais técnicas para os engenheiros, geógrafos, enfim, pessoas capacitadas para tais empreendimentos. Aqui, tratamos basicamente de coisas que facilitem a disponibilização da informação para os moradores da cidade, assim como algumas melhorias estruturais no aparato dos órgãos de gestão de crise do município.

Divididas em tópicos, as ideias abaixos apresentadas foram enviadas oficialmente em 09 de março de 2022 para o ILMº. SR. YURI MOURA e também para demais vereadores da Câmara Municipal de Petrópolis.

Por fim, estamos abertos à novas sugestões, que poderão ser encaminhadas para o legislativo em um outro momento.

+ Dia oficial e Memorial em homenagem às vítimas

  • Criação do "Dia oficial em homenagem às vítimas das chuvas", em 15 de fevereiro. O calendário anual dessa data deveria prever homenagens, mas sobretudo demonstração de relatórios e prestação de contas do que foi feito pelo governo municipal do ano anterior até o vigente.
  • Criação de um Memorial (espaço físico), contendo a HISTÓRIA DE VIDA das vítimas das chuvas, contadas por familiares ou amigos que porventura quisessem, além de um histórico das chuvas (com fotos, vídeos, etc), qual fazemos neste site.

    O melhor jeito de encarar algo é saber que existe, o que se torna fundamental para lembrarmos sempre que Petrópolis enfrenta, sim, desastres naturais, mas sobretudo políticos.
  • Fomento de peças culturais sobre a temática das chuvas: literatura, documentários, músicas e peças teatrais que abordem o tema e nossas dores.

+ Webcams da cidade ao vivo no Youtube

  • Instalação de webcams, que fariam transmissão ao vivo no canal do youtube da prefeitura, em pontos estratégicos de transbordamento de rios e outras áreas relevantes.

    Com baixo custo de implementação, seriam instaladas em locais específicos das vias mais problemáticas do ponto de vista da inundação (Centro, Coronel Veiga, Alto da Serra, Quitandinha, isso pra começar), aproveitando a internet/estrutura e altura/segurança de alguns locais).
  • Aglumas sugestões de pontos de transmissão (pontos altos, com visão pros rios, tais como prédios particulares/comerciais ou públicos, em que já haja conexão com internet)

    Centro: Igreja do Rosário, Shopping Dom Pedro, Praça Dom Pedro, Edifício Municipal ou da Estação, Museu Imperial, Camâra, Catedral, Palácio de Cristal, Prédio do McDonalds e algum ponto ali chegando na subida do Bauhaus;

    Coronel Veiga/Washigton: Luis Faculde Teológica, Concessionárias de carros, ETE Quitandinha, UPA, algum ponto chegando na Rua do Imperador, etc;

    Alto da Serra/Morin: Hipershopping ABC, Ikinha, etc
  • A ideia é criar uma cultura para ajudar a perceber o transbordamento de rios, alagamento de pistas, desmoronamentos e fechamento de vias.

    Isso poderia ajudar tanto na percepção do cidadão sobre o que está acontecendo, quanto das autoridades. Também auxiliaria a imprensa a informar mais rápido, pois sempre há dúvidas se as fotos/vídeos são da chuva vigente.

+ Ainda sobre as câmeras

+ Se antecipar ao caos com base em informações

  • Se houve um alerta do órgão CEMADEN, ainda que "genérico", dois dias antes, sobre a possibilidade de uma forte chuva em Petrópolis durante a semana...
  • Por que, diante de um alerta desses, a cidade não entra em Estado de Atenção com antecedência, com ações específicas, alterando a rotina e tendo equipes já preparadas e de sobreaviso?

    Poderia haver, por exemplo, cancelamento de aulas, mudanças no tráfego, interrupção de vias perigosas, retirada de pessoas das áreas de maior risco, alerta para os comerciantes rearranjarem as mercadorias da loja...
  • Se há previsão de volume forte chuvas, por que não desviar o trânsito da Coronel Veiga para a ligação "Quitandinha-Bingen", quando ficar pronta, e fechar a via, deixando somente acesso a moradores, que deverão ser orientados propriamente?
  • Coordenação com a ENEL para que, quando houver inundação, postes de energia sejam desligados, assim como a luz elétrica de lojas do Centro, para evitar eletrocussão (diversos vídeos mostraram pessoas amarradas à postes ligados na Rua do Imperador) e estabelecimentos completamente inundados.

+ Ideias para estabelecimentos comerciais em áreas de inundação

  • Coordenação da DEFESA CIVIL com os lojistas (poderia ter uma pessoa ou equipe contratada por todos os lojistas para fazer essa ponte e monitoramento de chuvas, o que parece mais barato do que, de vez em quando, amargar um prejuízo talvez irrecuperável.
  • Criação de mecanismos de estoque de urgência (sobreloja ou compartimento seguro no fim da loja), além de devido treinamento dos colaboradores, a fim de que ocorra uma rápida retirada de mercadorias das áreas da frente da loja, isso em caso de previsão de chuva forte ou inundação, se antecipando ao problema.
  • É possível barreiras mais altas, fortes e eficientes do que aquelas colocadas na frente das lojas? Portas reforçadas?
  • Instalação de tomadas em pontos altos, longe do chão, com obrigatoriedade de luz de emergência (se é que já não tem). Orientação para desligamento da luz do estabelecimento de forma segura.

+ Alertas por SMS da Defesa Civil são insuficientes

  • Diante de um desastre humanitário ou para ajudar a minorá-lo, é preciso fornecer informação de forma acessível, organizada e instantânea, pois a informação salva vidas.
  • Os alertas da Defesa Civil por SMS deveriam ser mais específicos, dando, por exemplo, alguns direcionamentos sobre locais alagados, possibilidade de deslizamento e ruas interditadas (ou que houvesse um da cptrans, mas seria melhor concentrar em um só, pra não confundir).
  • Mas só SMS não basta: também poderia haver um BOT de Whatsapp e Telegram da prefeitura ou Defesa Civil, que respondesse a perguntas rápidas, meio assim:

    Digite "1" para informes sobre trânsito; 2 - ruas interditadas (que caminhos evitar?); 3 - Em que lugar chove forte agora? 4 - Últimas notícias da Defesa Civil; 5 - Pontos de apoio para vítimas; 6 - Quais hospitais se dirigir? ; 8 - telefones úteis; 9 - Situação da energia elétrica; 10 - abastecimento de água; 11 - transporte público; etc, etc, etc.

    Para isso, torna-se necessário atualização constante do fluxo de informações.
  • Ainda sobre o tópico acima, o BOT da Defesa Civil poderia ter também a opção de atendimento real via whatsapp, com equipes treinadas para esclarecer a população, registrar ocorrências e demais informações, com ampliação do efetivo de atendentes em momentos de crise ou em épocas complicadas (de dezembro a março). Um atendimento nos moldes do oferecido pela Águas do Imperador no Whatsapp, onde se consegue contato com um atendente pelo app.
  • Mas por que Whatsapp? O Whatsapp é como se fosse a "internet toda" dos brasileiros, incluindo as pessoas mais pobres, pois os pacotes muitas vezes ficam restritos ao aplicativo. Desenvolver uma ferramenta para atendimento dentro do aplicativo é fundamental.

+ Ainda sobre a insuficiência dos Alertas por SMS da Defesa Civil

  • Também poderia haver um twitter e um instagram da Defesa Civil com os alertas, com atualizações em tempo real, que servissem tanto as pessoas, quanto para a imprensa.

    Os boletins por sms são muito inespecíficos, pois "chuva moderada ou forte nas próximas horas" diz pouco ao morador de Petrópolis, tamanha a frequência desses eventos.

    No dia 15 de fevereiro, teve muita informação relevante sendo passada apenas por cidadãos comuns, em canais obviamente não-oficiais e com pouco alcance. Uma confusão desnecessária.
  • Em suma, a Defesa Civil deveria ter um atendimento estruturado (sms, whatsapp, site, twitter, facebook, instagram e telefone)disponibilizando, assim, todos os meio e mídias possíveis para atender ao povo petropolitano, nos moldes do que já é feito pela Águas do Imperador e pela Enel.
  • Também poderia haver comunicação via tv e rádio (canal próprio ou algum acordo com os canais locais), onde a Defesa Civil/Prefeitura (via internet também) realize transmissão direta e orientação em casos de desastres, com alertas, câmeras de inundação, etc.

    Cabe lembrar quer tv e rádio, principalmente nas camadas mais vulneráveis da população, ainda têm grande alcance.
  • Disponibilização de Wifi gratuito nas principais vias de inundação e nas regiões com mais riscos do ponto de vista das chuvas.
  • Para finalizar esse tópico, seria oportuno que a Defesa Civil contasse com equipe própria de profissionais de Comunicação Social.

+ A Coronel Veiga e o transporte público

  • Todos os ônibus que transitam pela Coronel Veiga deveriam contar com coletes salva-vidas embaixo dos bancos ou em algum compartimento a ser controlado pelo motorista e demais colaboradores. Ou ao menos um bote salva-vidas e cordas, muitas cordas.
  • Se não for possível a opção acima, criação de pontos de resgate (postos, concessionárias, locais altos, etc. ) ao longo do caminho, que armazenariam os botes e coletes salva-vidas.
  • Todos os ônibus que passam pela Coronel Veiga deveriam ter um sistema de comunicação integrado com a Defesa Civil, para orientação dos motoristas em dias de chuva.
  • Como é a orientação dos motoristas em caso de enchentes ali? Podem abrir(quebrar) janelas de emergência? Podem dar marcha à ré? Podem abandonar o veículo? Essa informação tem que ser pública!

    Desconhecemos a lesgilação, mas acreditamso que os motoristas têm que poder, por LEI, fazer o que for necessário para garantir a segurança dos passageiros, ainda que depois tenha sido um "alarme falso" da chuva.

    Em caso de inundação, se a água chegou no primeiro degrau do ônibus, se atingiu x centímetros, eles têm que ter autonomia para poder quebrar todas as janelas, sem que isso acarrete prejuízos aos motoristas.

+ Ainda sobre a Coronel Veiga e o Transporte Público

  • Os ônibus que passam pela Coronel Veiga poderiam contar com um funcionário a mais (além do trocador) durante o verão ou épocas de possibilidades de temporais, para auxiliar nas decisões, abertura de janelas de emergência e retirada rápida dos passageiros em caso de transbordamento, evitando a tragédia que vimos com os dois ônibus que caíram no rio.
  • Motoristas e trocadores (e esses possíveis funcionários) devem ser treinados pelos bombeiros ou equipe qualificada.
  • Ainda sobre a Coronel Veiga, desenvolver alguns pontos de referência para escape de motoristas em caso de inundações.
  • Carros em geral poderiam ter obrigatoriedade de cordas de X metros e (colete salva-vida?), para motoristas usarem em caso de enchente. (Um vídeo do transbordamento em frente ao Marchese deixou claro que cordas e treinamento teriam ajudado os motoristas que ficaram ilhados. Muitos deles, sem saber como proceder, esperaram dentro dos carros, tentando tirar água de dentro do veículos com copos, até que o volume dágua se tornasse ameaçador. Como último recurso, saíram e subiram no teto dos veículos).
  • Cremos até que pontos para engate de corda poderiam ser colocados em pontos críticos da cidade.

+ Polos especiais preparados para o desastre

  • Criação de polos de atendimento oficiais para desastres, com geradores, devidamente equipados, próximos às áreas que historicamente sofrem mais (alto da serra, quitandinha, Coronel Veiga, além de centro, Castelânea , Bingen, etc).
  • Nesses locais, poderiam ter células dos Bombeiros e/ou SAMU, com ambulância e demais equipamentos necessários, inclusive bote salva-vidas, para enfrentar a crise.
  • Em relação aos equipamentos, é preciso que haja um estoque suficiente de pás, ferramentas e o que mais for preciso, que sejam disponibilizados para as equipes de resgate. Foram muitos os relatos de falta de equipamentos.
  • Criação e fomento de equipe(s) de elite para resgate na cidade, tal qual HUMUS, mas com moradores de Petrópolis (que conhecem a região), que seriam devidamente treinadas e equipadas para situações de catástrofe.
  • Como o Exército poderia auxiliar com isso tudo?

+ Pontos de apoio / Abrigos

  • Por que os pontos de apoio oficiais (escolas municipais), ao receberem pessoas desabrigadas, pedem a doação de cobertores, lanternas e comida?
  • Todos os pontos de apoio oficiais deveriam ter uma estrutura básica de reserva, com comida, cobertores, agasalhos, luz de emergência, para todos as épocas do ano, com ampliação da estrutura em épocas críticas.
  • Esses locais de apoio precisam de canais de comunicação efetivos. Poderia haver rádios , alguma forma de comunicação que independa de energia elétrica ou telefone nesses colégios e igrejas de apoio?
  • Criação de abrigos estruturados para receber as pessoas das regiões mais problemáticas, com beliches, com estrutura mesmo, e não mais pontos "improvisados".
  • Sobre as doações, a experiência das últimas chuvas mostrou um mar de informação desencontradas. Como ajudar? O que doar? As pessoas levavam doações, mas, chegando no ponto de apoio, um determinado item já estava disponível enquanto outros estavam em falta.

    As informações dos pontos de apoio deveriam ser passadas diretamente para uma central da prefeitura, que repassaria os dados sobre as reais necessidades de cada ponto aos interessados em doar.

+ Treinamento da população e campanhas

  • Diferentemente de alguns países, onde há treinamento para lidar com terremotos, inundações, vulcões, incêndios, pouco nesse sentido é feito em Petrópolis, uma cidade que coleciona temporais colossais desde o século XIX.
  • Que alguma espécie de campanha, treinamento, curso seja promovido para crianças, jovens e adultos, em escolas (municipais e particulares), universidades e empresas, a fim de que os cidadãos possamos saber como lidar diante de uma inundação, pra onde correr, o que fazer (até mesmo como usar uma corda ou colete salva-vidas).
  • As pessoas têm que SABER DE COR, de acordo com bairro onde esteja, não só em áreas de risco, um ponto onde possa se dirigir em caso de desastre, inundação.

    No Centro, um exemplo hipotético, o Museu Imperial, que é seguro, alto e não tem barreiras ao redor. As pessoas poderiam se deslocar pra lá?
  • Campanhas permanentes nos meios de comunicação disponíveis sobre como se portar em caso de enchente.

    (Fica ou sai de casa? Corre pro abrigo? Sai do carro ou fica? Sai do ônibus? Faz o que?)
  • Capacitação nas comunidades sobre a segurança em momentos de catástrofes, mas não uma capacitação pronta. Escutar a comunidade é fundamental para se ter diretrizes e ações eficientes, pois ninguém melhor que o morador pra saber e perceber as fragilidades locais.

+ Sirenes

  • Como os deficientes auditivos escutam a sirene? É necessário que, além da ampliação das sirenes, haja também alertas visuais (luzes) indicando que há perigo, além de todo aparato de comunicação instagram , twitter , whatsapp , telegram ) de forma instantânea. uma cidade que coleciona temporais colossais desde o século XIX.
  • As sirenes deveriam ser instalados não apenas nas áreas de máximo risco, mas em todas as áreas de risco e também no Centro da Cidade. Se uma sirene tivesse soado na Rua do Imperador ou em frente ao ABC, no Alto da Serra, provavelmente não teria morrido gente afogada em seus carros, talvez os comerciantes tivessem fechado as lojas antes.

+ Sensores nos rios

  • Que os sensores dos rios, em locais críticos, que parece que já são monitorados pelo INEA, assim que houvesse a constatação do aumentos repentinos dos rios, poderiam transmitir informações pra Defesa Civil e prefeitura (se é que já não é feito), mas essa informação tem que ser compartilhada, de forma clara e instantânea, com a população, no site da prefeitura ou nos demais canais oficiais de comunicação.
  • Há tecnologia fácil (esp32, arduino , automatizadas) em que os próprios sensores poderiam disparar automaticamente alertas, sirenes, etc . Talvez parceria com a Águas do Imperador em suas ETEs e ETAs também poderia ajudar, já que as estações estão em pontos estratégicos
  • Novamente, a comunicação efetiva e rápida entre os órgãos é fundamental para que a população inteira seja prontamente alertada.

+ Outras ideias

  • Qualquer um sabe que uma cidade totalmente asfaltada não absorve água da chuva (tem como voltar a ter paralelepípedo no Centro?).
  • Estímulo à substituição de cimento por grama, jardim, talvez com desconto no IPTU?
  • Criação de tetos verdes pela cidade
  • Barricadas no Centro e na Coronel Veiga?